Fui para a Maranata em 1972 e sai de lá em 2002, exatamente 30 anos depois.
Na primeira década estava completamente enganada, iludida, encantada e anestesiada. Na segunda as escamas de meus olhos começaram a cair mas ingenuamente achava que Deus entraria com providências pois a obra era Sua e Ele não a deixaria desamparada. Na terceira tive certeza absoluta que Deus nada faria pois toda a Sua vontade para a igreja já estava revelada no Novo Testamento. Mas mesmo assim continuei por comodismo.
Blindei meu coração criando um sistema de auto defesa contra heresias e desmandos. Ia à igreja só por causa das melodias dos corinhos embora soubesse que a grande maioria das letras era incompatível com as doutrinas bíblicas. Na hora das “mensagens” fechava meus ouvidos e minha mente viajava.
Na Maranata perdi literalmente minha alma. Via tudo de errado mas não tinha ânimo pra tomar uma decisão. Era um cadáver ambulante. Como disse Jesus aos dois discípulos no caminho de Emaús ó tardos e néscios de coração para entender tudo o que está escrito.
Conheci este blog a alguns meses por acaso e desde então leio quase que diariamente. Esta semana quando vi este espaço onírico não resisti a vontade de compartilhar um sonho que tive na segunda metade da década de 70 cujas imagens estão nítidas até hoje em minha mente.
Sonhei que estava no Maanaim e servia umas maçãs recheadas com doces. Apesar de ser uma iguaria exótica era gostosa e muito bem aceita por todos. Cheguei perto do Pr X (vou preserva o nome) que na época era professor de (X) e pedi a ele que degustasse aquela sobremessa. Ele olhava pra bandeja com um misto de indiferença e desconfiança e era o único que não comia.
Na época chequei a contar este sonho na reunião do grupo de intercessão de minha unidade local. Percebi que meu pastor não entendeu muito bem e a única coisa que disse era que o Pr (X) tinha discernimento por isso não comeu. (…) Só agora depois de quase 40 anos é que este sonho, que nunca consegui esquecer, começa a fazer sentido. (…) Graça e Paz!
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Olá Retirante do Vale de Baca
Bem vinda.
Como dissemos, desde o início algo estava errado, muito errado mas nem todos percebiam.
Considerando “baca” (hb.) com o significado de “árido”, assim a expressão Vale de Baca (Sl. 84. 6) aponta aridez de determinado local. Decadência! Este o conteúdo latente do sonho. Era dor… dor crônica. Ficar no vale de Baca 30 anos… Meu Deus!
Diante da oferta de “maçãs” (que pode ser entendido como “dons”) na badeja, determinado pastor “…olhava pra bandeja com um misto de indiferença e desconfiança e era o único que não comia.” Levado o sonho ao grupo de intercessão, à época, o pastor local entendeu que a recusa em aceitar a “sobremesa” expressava agudeza de discernimento de quem recusara.
E foi assim…
E nada mudou.
O clamor é público.
Retirantes, lembrem-se da mulher Ló.
CV.
fonte: http://cavaleiroveloz.com.br/index.php/2012/08/sonhos-quando-ver-o-que-outros-nada-percebem/#comment-16477